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A JUVENTUDE ETERNA ESTÁ PRÓXIMA DE SER REALIDADE?

Em abril de 2022, um grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge, publicou um estudo demonstrando a possibilidade de rejuvenescer células em 30 anos. Os pesquisadores desenvolveram o primeiro método de “reprogramação transitória da fase de maturação” (MPTR), no qual os fatores de reprogramação são expressos seletivamente até o ponto de rejuvenescimento e, posteriormente, retirados. Ao aplicar o MPTR em fibroblastos dérmicos de doadores de meia-idade, eles descobriram que as células temporariamente perdem e depois readquirem sua identidade de fibroblasto, possivelmente devido à memória epigenética nos intensificadores e/ou à expressão persistente de alguns genes de fibroblastos. De forma empolgante, o método rejuveneceu substancialmente múltiplos atributos celulares, incluindo o transcriptoma, que foi rejuvenescido em cerca de 30 anos, conforme medido por um novo relógio transcriptômico. O epigenoma também foi rejuvenescido de maneira similar, incluindo os níveis de H3K9me3 e o relógio de envelhecimento baseado na metilação do DNA. A magnitude do rejuvenescimento provocada pelo MPTR parece ser significativamente maior do que a obtida em protocolos anteriores de reprogramação transitória. Além disso, os fibroblastos submetidos ao MPTR produziram níveis de colágeno típicos de células jovens e mostraram um rejuvenescimento funcional parcial em termos de velocidade de migração. Por fim, os pesquisadores sugerem que existem janelas de tempo ideais para rejuvenescer o transcriptoma e o epigenoma. Em resumo, eles demonstraram que é possível separar o processo de rejuvenescimento da reprogramação completa para pluripotência, o que pode facilitar a descoberta de novos genes e terapias antienvelhecimento. Fonte: Diljeet Gill, Aled Parry, Fátima Santos, Hanneke Okkenhaug, Christopher D Todd, Irene Hernando-Herraez, Thomas M Stubbs, Inês Milagre, Wolf Reik (April, 2022) Multi-omic rejuvenation of human cells by maturation phase transient reprogramming eLife 11:e71624. https://doi.org/10.7554/eLife.71624Uma revisão de julho de 2022 intitulada: Reversão da Idade Humana: Fato ou Ficção; traz um panorama geral sobre as possibilidades científicas de compostos que podem auxiliar o rejuvenescimento. Em abril de 2022, um grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge, publicou um estudo demonstrando a possibilidade de rejuvenescer células em 30 anos. Embora a idade cronológica esteja relacionada a diversas doenças e condições associadas ao envelhecimento, ela não reflete de maneira precisa a capacidade funcional, o bem-estar ou o risco de mortalidade de um indivíduo. Por outro lado, a idade biológica oferece uma visão mais clara sobre a saúde geral e indica quão rápido ou devagar uma pessoa está envelhecendo. Estima-se que essa idade biológica possa ser medida por relógios de envelhecimento, que são modelos computacionais (como o elastic net) que utilizam um conjunto de dados, como locais de metilação do DNA, para fazer previsões. Nos últimos dez anos, estudos com esses relógios revelaram que várias doenças relacionadas à idade, fatores sociais e condições de saúde mental estão ligadas a um aumento na idade biológica prevista em comparação com a idade cronológica. Esse fenômeno, conhecido como aceleração do envelhecimento, está associado a um risco elevado de mortalidade prematura. Pesquisas recentes mostraram que a idade biológica prevista pode ser influenciada por intervenções específicas. Ensaios clínicos em humanos indicaram que restrição calórica, dietas baseadas em plantas, mudanças de estilo de vida com exercícios, uso de medicamentos como metformina e suplementação com vitamina D3 podem desacelerar ou até reverter o relógio de envelhecimento. Estudos não intervencionais também conectaram a qualidade do sono, a atividade física, uma alimentação saudável e outros fatores à desaceleração do envelhecimento. Além disso, certas moléculas, como o medicamento anti-hipertensivo doxazosina e o metabólito alfa-cetoglutarato, têm sido associadas à redução ou reversão da idade biológica prevista. Embora ensaios clínicos rigorosos sejam essenciais para validar esses achados, os dados existentes sugerem que os relógios de envelhecimento podem ser moldáveis em humanos. Pesquisas adicionais são necessárias para aprofundar a compreensão desses modelos computacionais e a relevância clínica de reduzir ou reverter suas previsões. Fonte: Johnson Adiv A., English Bradley W., Shokhirev Maxim N., Sinclair David A., Cuellar Trinna L. (July 2022) – Human age reversal: Fact or fiction? Aging Cell – Volume 21, Issue 8 https://doi.org/10.1111/acel.13664Uma pesquisa do Butantan identificou peptídeos provenientes da degradação do colágeno capazes de inibir ou ativar a ação da hialuronidase. A Hialuronidase é responsável por degradar o ácido hialurônico no organismo, substância que, juntamente com o colágeno confere aspecto firme à pele. A partir de uma extensa e ardua analise de estudos entre 1994 – 2016 que sugeriam a participação do colágeno hidrolisado no rejuvescimento da pele, o grupo chegou a hipótese que talvez o colágeno hidrolisado poderia ser os responsável por inibir a ação da hialuronidase. A equipe de pesquisa combinou o veneno de escorpião, como fonte natural de hialuridonisade com ácido hialurônico e conseguiu medir a atividade da enzima enquanto degradava a substância. Quando fragmentos de colágeno foram adicionados à amostra, eles inibiram a ação da hialuronidase sobre o ácido hialurônico, confirmando que o colágeno hidrolisado efetivamente bloqueia essa atividade. Em experimentos posteriores, o grupo separou 33 frações de colágeno hidrolisado, testadas com diferentes concentrações de ácido hialurônico e hialuronidase. Como resultado, identificaram quatro peptídeos que inibiram completamente a ação da hialuronidase. Os resultados foram muito promissores, já que em algumas amostras houve inibição total da hialuronidase, como se a enzima nem estivesse presente. Isso sugere uma alta probabilidade de esses peptídeos serem inibidores eficazes. O projeto de Iniciação Tecnológica ainda tem muito o que avançar, mas já se mostra promissor para um possível uso estético e médico a partir dos resultados primários. Autores: Caio Mendes, Fernanda Portaro Bruno Druzzi e colaboradores. Título: Emprego da hialuronidase como ferramenta de screening para a identificação de peptídeos com potencial biotecnológico a partir do colágeno hidrolisado Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/pesquisa-feita-no-butantan-identifica-moleculas-de-colageno-capazes-de-inibir-enzima-que-acelera-envelhecimento-

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